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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Escritos de outros tempos

Há quinze anos atrás andava por Coimbra. Estudei lá e por lá morei, claro. Os interesses eram outros e a poesia apenas mitigava as saudades que eu tinha dos tempos de menor de idade, em que a responsabilidade era muito menor, principalmente em relação aos estudos bem como a distância da família.

Não era preciso muito para encontrar motivos para escrever. Os intervalos ou os tempos livres eram muita vezes passados a compor. Tinha alguma felicidade em ter alguns colegas que gostavam do que eu escrevia, quantas vezes de forma mais humorística ou apaixonada.

Ando de volta de um velho dossier, onde guardo muito do que escrevi naquela altura. Nele guardo folhas de ponto, papel quadriculado, versos passados à máquina de escrever. Devo ter inclusivé coisas escritas em guardanapos ou toalhas de mesa. Pensava eu na altura que era poeta... hoje já não tenho tanta certeza.

Este poema que aqui deixo foi escrito de propósito para uma apresentação de poetas populares em que fui participante, se a memória não me falha. Eu tinha 20 anos... e muito a aprender.

Mote

Não batam palmas
Peço-vos por favor
Pois sou um poeta
Que escreve a sua dor

Glosas

Gosto de escrever
O que me vai na alma
Escrevo para quem entender
Por isso não batam palmas

Escrevo para que o mundo mude
Escrevo contra a guerra e a dor
Não aplaudam, por minha saúde
Peço-vos por favor

Eu tenho um sonho
Tenho de atingir uma meta
Em poucas palavras tudo ponho
Pois sou um poeta

O silêncio vale ouro
Seja em que terra for
Não passo de um simples poeta
Que escreve a sua dor

Julho-1998


Foi escrito à noite, a minha mais fiel aliada na altura. Quinze anos passaram e muitos dos sonhos que escrevia na altura não se concretizaram... nem acontecerá.




4 comentários:

Francisco disse...

Muito bom mesmo :)

Parabéns

Ribatejano disse...

Agradeço Francisco.

A verdade é que mudei e já não me revejo totalmente no poema.

:)

João Roque disse...

É curioso que eu tenho como tu aqui guardados e também em folhas quadriculadas ou passados à máquina, poemas muito semelhantes a estes, escritos também quando tinha 20 anos...
Coincidências...

Ribatejano disse...

Eu sempre achei que devemos ser almas gémeas... é apenas mais uma prova.

;)

Embora contrários em muitos outros assuntos.